Arquivo | dezembro 2011

O Milagre e os Milagres Eucarísticos

Aprendendo com a Igreja – Eucaristia

274. (CIC) O que representa a Eucaristia na vida da Igreja?

É fonte e ápice de toda vida cristã. Na Eucaristia, atingem o seu clímax a ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com Ele. Ela Encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do povo de Deus são expressas e realizadas pela Eucaristia. Mediante a Celebração Eucarística, já nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna. (1324 – 1327, 1407)

Milagre Eucarístico de Bolsena

(Itália, 1264)

Um sacerdote de Praga, que viajava pela Itália, um dia estava celebrando a Missa na Basílica de Bolsena, quando no momento da consagração ocorreu um Prodígio: a Hóstia transformou-se em Carne. Este Milagre robusteceu a fé do sacerdote que duvidava da presença real de Cristo na Eucaristia.

O Papa Urbano IV e Santo Tomás de Aquino examinaram as Sacras Espécies e o Pontífice decidiu estender a festa de Corpus Christi a toda a Igreja, “para que este excelso e venerável Sacramento seja para todos peculiar e insigne memorial do extraordinário amor de Deus por nós.

Recentes pesquisas estão de acordo com os testemunhos de antigas fontes históricas que dizem que o Milagre de Bolsena ocorreu no verão de 1264. Um sacerdote Boemo, Pedro de Praga, esteve na Itália para ter uma audiência com o Papa Urbano IV, que naquele verão estava em Orvieto acompanhado por Santo Tomás de Aquino e vários outros teólogos cardeais.

Depois que o Papa recebeu o sacerdote, ele regressou a Boêmia, mas no meio do caminho se deteve em Bolsena e celebrou uma Missa na igreja dedicada a Santa Cristina. No momento da consagração, quando ele pronunciou as palavras que permitem a transubstanciação, ocorreu o Milagre cuja descrição está gravada numa lápide – “De repente, naquela Hóstia, apareceu claramente uma Carne verdadeira banhada em Sangue, exceto a partezinha que estava entre os dedos do sacerdote: o que não ocorreu sem mistério, mas para que fosse mais evidente a todos que a Carne era realmente aquela Hóstia elevada acima do Cálice pelas mãos celebrante”.

Com esse Milagre, o Senhor reforçou a fé de Pedro de Praga, um sacerdote de grandíssima piedade e retidão moral, mas que infelizmente, duvidava da presença de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, isto é, sob as aparências sensíveis do pão e do vinho. A noticia difundiu-se rapidamente e o Papa e Santo Tomás de Aquino puderam ver imediatamente o Milagre. Depois de um exame minucioso, Papa Urbano IV aprovou a sua autenticidade e decidiu que o Santíssimo Corpo do Senhor deveria ser adorado através de uma festa particular e exclusiva.

Foi assim que estabeleceu que a festa de Corpus Christi, uma festa da diocese de Liégi, fosse estendida a toda a Igreja Universal. O Papa também pediu a Santo Tomás de Aquino que escrevesse a liturgia que acompanharia a Bula “Transiturus de Hoc Mundo ad Patren”  que expõe as razoes pelas quais a Eucaristia, quer dizer a Presença Real de Cristo é tão importante.

Fé e Vida   

“O que é a Eucaristia?

É o mistério da fé por excelência, o compêndio das maravilhas operadas por Deus em favor dos homens. Muitos séculos antes, O Real Salmista, contemplando em espírito esse mistério exclamou, no êxtase da admiração: O Senhor compendiou todas as maravilhas numa só: deu um alimento aos que O temem (Sl 111,5). E esse alimento admirável, compêndio de todas as maravilhas, é a Eucaristia.

Portanto não é de se espantar que, no Antigo Testamento, sejam muitas as figuras que simbolizam esse alimento substancial. A árvore da vida no Paraíso terrestre, o sacrifício de Abel e o de Melquisedeque, o Cordeiro Pascal, o maná no deserto, os pães da Preposição; foram muitas as figuras da Eucaristia, verdadeiro fruto de vida eterna, verdadeiro sacrifício, verdadeiro cordeiro, verdadeiro maná celeste e verdadeiro pão angélico.”

(Bem – aventurado Dom Guido Maria Conforti)

Amém.

Thiago de Oliveira Mello – Coordenador do Shekynah

O Milagre e os Milagres Eucarístiscos

Aprendendo com a Igreja – O Sacramento da Eucaristia

271. (CIC) O que é a Eucaristia?

É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar pelos séculos, até Seu retorno, o sacrifício da Cruz, confiando assim à Sua Igreja o memorial da Sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo, a alma é a coberta de graça e é dado o penhor da vida eterna. (1322, 1337-1340)

Instituição da Festa de Corpus Christi

Liégi: (Bélgica, 1374)

“Por mais que a Eucaristia seja solenemente celebrada todos os dias, acreditamos ser justo que, ao menos uma vez no ano, seja comemorada com mais honra. Outras coisas que nós recordamos, as aprendemos com o espírito e com a mente, mas nem por isso obtemos a real presença delas. Mas, nesta comemoração sacramental do Cristo, ainda que sob outra forma, Jesus está presente no meio de nós com a Sua própria substância. De fato, antes de subir aos Céus disse: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo (MT 28,20)”

Bula Transiturus de Hoc Mundo

Foi Santa Juliana de Liégi, uma monja do Mosteiro de Mont Cornillon, quem impulsionou a instituição da festa de Corpus Christi. A Santa, desde a adolescência, tinha visões misteriosas relacionadas a instituição de uma festa para homenagear o Santíssimo Sacramento: em particular, ela via uma lua cheia, que apresentava uma rachadura no disco. O Senhor revelou-lhe que a lua representava a Igreja do seu tempo e a rachadura a ausência de uma solenidade no ciclo litúrgico dedicada ao Santíssimo Corpo e Sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo. Santa Juliana contou as autoridades sobre a sua visão depois de 1230. No Sínodo de 1246, Roberto de Thourotte, Bispo de Liégi, estabeleceu na sua diocese uma festa em homenagem ao Santíssimo Sacramento que foi celebrada pela primeira vez no dia 05 de junho de 1249.

Alguns anos após a morte de Santa Juliana, a festa se difundiu no mundo católico graças ao Papa Urbano IV, que com a Bula Transiturus de Hoc Mundo (11 de agosto), estendeu a festa a toda Igreja Universal.

Fé e Vida

“A contemplação prolonga a comunhão e permite encontrar Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, de modo duradouro, permite que Ele nos olhe e que tenhamos a experiência da Sua presença. Quando o contemplamos presente no Santíssimo Sacramento do Altar, Cristo Se aproxima de nós e se torna mais íntimo do quanto O sejamos de nós mesmos; nos torna partícipes da Sua vida divina numa união que transforma, e mediante o Espírito Santo abre-nos a porta que leva ao Pai, com Ele mesmo disse a Felipe: “Quem me viu, viu o Pai” […] Ficando em silencio diante do Santíssimo Sacramento, é Cristo totalmente e realmente presente, que adoramos, que descobrimos e com o qual nos relacionamos […]. O mistério Eucarístico é a fonte, o centro e o cume da atividade espiritual e caritativa da Igreja.”

(Carta sobre a Adoração Eucarística, 28 de maio de 1996, João Paulo II)

Amém.

Thiago de Oliveira Mello – Coordenador do Shekynah

@PolemicasDEfé: Idade Média

“E quem faz o que Deus manda será odiado pelo mundo.” (cf. Jo 15,14).

Uma das maiores artimanhas do mal é tirar as pessoas da Santa Igreja usando de fatos e fontes manipuladas para desmerecer o prestígio do corpo de cristo – a Igreja Católica Apostólica Romana.

Perante isso, defendemos a fé verdadeira, sem medo de discutir temas delicados, buscando a verdade, mesmo que isso seja trabalhoso – ainda mais para mim que não sou nem teólogo, nem historiador – porém baseio-me no infalível deposito de fé bi-milenar da Igreja Católica para poder falar mais acertadamente, e como São Tomás  submeto todos meus escritos a Igreja Romana.

Primeiramente, ao falarmos de Idade Média é necessário quebrar nosso preconceito, que foi criado por aulas e livros marxistas de história – pois além de  mal analisar o contexto medieval, pintam a Santa Igreja de assassina, corrupta, retrógrada, autoritária, anti-cientifica,  tirana e blasfemam MUITO, mas fontes verídicas para  as teses são poucas – claro muito do que se diz são mentiras repetidas milhões de vezes, e os poucos argumentos que sobram são justamente INFIDELIDADES do que sempre foi ensinado pelo catolicismo – seria como condenar a medicina porque um médico não foi ético ( #absurdo).

#IDADEmédia = #trevas ou #luz?

A Idade Média foi um período que a Igreja teve sua maior influência, dividindo o cenário com a nobreza, que nem sempre foi favorável ao que ordenava a Igreja. Porém, mente quem diz que essa época era de trevas, foi na idade média que tivemos grandes santos*, tivemos um gigantesco avanço cientifico, grandes composições na música,  a fundação das universidades pela Igreja Católica (colaborando para que o ensino não fosse privilegio de poucos),  na idade média produziu-se catedrais, pinturas, esculturas, obras literárias, também muita caridade foi feita  (como p.ex. São Carlos Borromeu* – patrono da nossa cidade –  foi um cardeal que era rico e tornou-se  quase que miserável doando todas suas propriedades para ajudar os pestilentos – doença que surgiu na baixa idade média), também a filosofia entra no seu apogeu e tantos outros bens foram deixados para nós que vivemos hoje dessa época que graças a Deus fez muito crescer nossa herança de fé.  Herança essa que é apreciada até mesmo pelos blasfemadores e é patrimônio cultural de todos os povos.

Mas claro, nem tudo são flores na Idade Média,  existia muita  heresia: muitos queriam viver dentro da Igreja apenas para ter privilégios e assim manchavam o nome da Santa Igreja, outros ambicionavam o poder, outros queriam destruir o Antigo Testamento,  os burgueses queriam mais lucro – e odiavam a visão da Igreja de preço justo – os escravocratas queriam aprovação da Igreja (Papas corajosos como João VIII afirmavam que os escravos deviam ser libertos), muitos imperadores queriam o poder de um Deus, por isso queriam ocupar o poder papal (grandes complicações, graças a Deus eles não sabiam ser papas e agir com maestria papal), nasceu a divisão protestante (contrária a divisão do corpo de Cristo evangélica), religiões eram muito violentas, o cenário todo era repleto de violência e doenças. Ufa! Quanta coisa a Igreja batalhou, mais do que contra homens, contra espíritos do mal, contra possessões e artimanhas que existiam dentro e fora da barca de salvação.
Comecemos então refletindo sobre a Inquisição e as cruzadas.

*São Francisco de Assis, Santa Clara, São Franscisco de Sales, São Tomás e Santo Agostinho, Santa Joana D’Arc e muitos outros

#Cruzadas

Antes de tudo, devemos saber bem o que a Igreja ensina sobre a paz e a guerra para não falar bobagens , pra isso recorro ao Catecismo da Igreja católica e ao catecismo dos jovens (YouCat):
Diz o You Cat: “A Igreja luta pela paz, embora não defenda um pacifismo radical. Não se pode, de fato, negar a um indivíduo ou Estado o direito fundamental à legítima defesa armada. Moralmente, a guerra só é justificável como ULTÍMO RECURSO. A Igreja diz não a guerra. Os cristãos devem empreender todos os esforços para evitarem a guerra: (…).” [YC 398]

E vemos no [CIC 2307-2309]. “(…) São válidos os seguintes critérios para uma “guerra justa”:1. Autorização  2. Motivo justo 3. Intenção justa 4. Última possibilidade 5. Meios utilizados têm de ser proporcionais. 6. Tem de haver probabilidade de êxito.”

Estes são os ensinamentos da Igreja, com eles podemos interpretar melhor as guerras do antigo testamento e as cruzadas medievais. Devemos ser contrários a guerra e defendermos o dialogo sempre, porém isso não implica que em certos momentos históricos a guerra foi uma necessidade. Não afirmo com isso que todas as cruzadas foram boas – até porque isso exige um estudo criterioso de todos os elementos que as compõem (quem sabe faremos um dia). É importante já saber que as cruzadas foi mais uma reação do que uma ação, já que o expansionismo era comum  naquela época, podemos entender melhor porque de fato era necessário guerreiros que defendessem e procurassem expandir o patrimônio da Igreja;

A decadência das cruzadas coincide com o movimento das missões. Com a graça de Deus, a caridade, o anuncio do evangelho tornaram-se mais eficazes do que a espada – um excelente exemplo encontramos na vida de São Francisco de Assis.
#MAIS: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=21943 (Perito desmente mitos sobre as cruzadas)

#Inquisição

“A Inquisição foi instituída para combater o catarismo, movimento herege que dizia-se cristão e  defendia a tese de que a mulher, por permitir a perpetuação da humanidade, através da geração, era um ser nocivo. Os cátaros eram contra a procriação e contra o matrimônio, considerando possessas as mulheres grávidas. Defendiam também o suicídio por inanição. A vitória do catarismo seria a extinção da humanidade.” (Adaptação de FEDELI, O.) Segundo muitos autores foi por influencia do catarismo que Hitler concebeu o nazismo.
Com esse exemplo entendemos que a Inquisição “foi criada a inquisição exclusivamente para a defesa da fé e o combate à heresia” Assim é louvável o objetivo dos tribunais de Inquisição:  defender a fé –  nosso maior bem terreno – também graças a Inquisição  temos penitenciárias ao invés de pena capital e o direito romano ao invés do germânico.

Lembre também que o período é marcado por povos bárbaros e ataques constantes, talvez se a Igreja não adotasse uma postura mais firme, poderia ela perder muitos dos bens culturais que foram preservados a custa de muito esforço – a própria bíblia só chegou as nossas mãos porque os mosteiros existiram – sem a Igreja Católica nenhum cristão poderia orgulhar-se de ter uma bíblia em mãos.

Um fato pouco destacado é que os tribunais da inquisição eram muito mais leves que os civis, e davam margem para a liberdade diante da confissão, por isso muitos preferiam ser julgados pela igreja. Se confunde também a Inquisição protestante, a civil e aquelas que eram feitas sem o consentimento da Igreja, estes casos são todos condenáveis com excomunhão – diga-se de passagem, o mundo coloca tudo nas costas da Igreja católica, sem ver que os protestantes também organizaram suas inquisições e matanças – como o próprio Lutero condenou a morte os anabatistas (hereges que não aceitavam o batismo) e tantos outros naquelas época aplicavam rapidamente a correção pela pena de morte – que muito é questionada sobre a validade desta (alguns teologos consideram como pena valida e boa para a correção fraterna do réu, outros ponderam deixando apenas para Deus o direito de tirar a vida.
De todo modo, o pensamento medieval da Igreja não é retrogrado, e sim inspirado em padres da Igreja que falam muito acertadamente até aos nossos tempos, não posso deixar de indicar as confissões do santo africano Agostinho, e a suma teológica de Tomás de Aquino, que são belas e profundas e sobreviverão porque possuem um entendimento e sabedoria que causam arrepios aos doutos homens modernos – desafio os críticos do pensamento medieval a contemplarem essas boas obras.

Agora, se você é contra pena de morte,  louvo se há misericórdia em seu coração em considerar que apenas Deus tenha direito sobre a vida, porém compreenda que na história da Igreja a morte de um culpado de um crime pode trazer benefícios a alma deste (por pagar na terra seu crime – no juízo isso não será desconsiderado), principalmente também por assemelhar a vítima a Cristo, entendam bem que com nossa corrupção e uma justiça totalmente ineficaz é inviável a pena de morte e não faço apologia a violência alguma, porém precisamos compreender que em outros tempos talvez fosse uma medida adequada.

#Conclusões

Muito ainda é preciso esclarecer desse assunto (com tantas mentiras divulgadas é difícil eliminar toda farsa)  Há os que defendem a Inquisição e as Cruzadas como movimentos essenciais para que a humanidade crescesse e vêem como parte do plano de salvação, já a outros que não toleram nem pensar na morte sendo aprovada pela Igreja – barca de salvação – que dá a vida em abundância a qualquer um, muitos se decepcionam pela boa caridade existente no coração não conseguem imaginar tribunais e medidas tão humanas – a estes clamo que olhem a fé da Igreja, pois se condenarem a Igreja não estarão fazendo um julgamento precipitado, tal como foi alguns processos injustos de inquisição?

Entendamos bem que muitos fieis e missionares erraram (e mesmo o Santo Pontífice e os bispos pecaram e precisam sempre da graça), mas A Igreja permanece santa e isenta do erro, pois a Igreja é uma totalidade, um corpo que  vive uma união perfeita e harmônica, e mesmo que um membro cause mal ao corpo, isso não é motivo para julgarmos o corpo como mal, pois ele sangra até a morte para que todos cheguem a viver a paz em Cristo.

Não façamos um juízo que não nos cabe  e não façamos a vontade do Inimigo que é com certeza desprestigiar a Igreja de sua glória que vem dos céus – percebamos que independentemente a Igreja Católica continua sustentando a verdade, podemos confiar na Igreja porque seu ensinamento é o único que dá sentido a todas as coisas, garantido na promessa de Cristo: “E as portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja” (cf. Mt 16,18).

Daniel Lavandoski Bento